Dr. João Victor

Cirurgia para cálculo renal: entenda quando ela é indicada e como é feita

Cálculo Renal

Dados apresentados pelo Hospital das clínicas da Unicamp mostram que aproximadamente 15% da população brasileira sofre com cálculo renal.

Um ponto alarmante é que um levantamento feito pelo Centro de Referência da Saúde do Homem da Secretaria de Estado da Saúde aponta que o número de pacientes atendidos com cálculo renal aumenta cerca de 30% durante o Verão.

Por isso, entender o que é essa patologia, bem como suas principais causas e possíveis tratamentos é essencial. E nesse artigo vou explicar quais são as principais cirurgias, e enaltecer quando ela é indicada. Boa leitura!

O que é o cálculo renal?

Cálculos são massas sólidas compostas de cristais pequenos que se formam dentro dos rins a partir de substâncias presentes na urina, que em circunstâncias normais, são dissolvidas, mas podem se cristalizar e formar pedras quando há um desequilíbrio no nível de minerais e sais, ou quando a urina está muito concentrada.

Eles podem variar em tamanho, e alguns podem ser tão pequenos que passam pelo trato urinário sem causar sintomas, enquanto outros, maiores, podem obstruir o fluxo de urina e causar dor intensa.

Um relatório da Sociedade Brasileira de Nefrologia apontou um aumento significativo de 58% na prevalência de indivíduos em diálise crônica no Brasil entre 2009 e 2018. 

Esse aumento foi acompanhado por um crescimento de 20% na taxa de incidência e um discreto aumento na taxa bruta de mortalidade, de 17,1% para 19,5%, entre 2013 e 2018​​, o que pode ser visto como um sinal de alerta.

É importante dizer que a formação dos cálculos pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo genéticos, ambientais, climáticos, idade, raça, baixa ingestão de líquidos, sedentarismo e hábitos alimentares inadequados​.

Em vista disso, existem situações mais graves em que é necessário uma intervenção cirúrgica para tratar dessa condição.

Quando a cirurgia para cálculo renal é indicada?

Ela é indicada principalmente para os cálculos obstrutivos, tanto da uretra, quanto dos ureteres (que são os canais que ligam os rins à bexiga), e também para cálculos maiores que 1,0 cm, pois estes têm menor probabilidade de serem eliminados naturalmente e podem causar obstrução.

Nos casos em que os cálculos estão impactados e obstruindo o fluxo urinário, podem ocorrer complicações graves, como dor muito intensa, infecção do trato urinário e piora da função renal. Quando isso ocorre, o paciente deve ser submetido a cirurgia em caráter de urgência para desobstrução da via urinária.

Os cálculos grandes, maiores que 1,0 cm de diâmetro, dificilmente sairão sem intervenção cirúrgica (probabilidade de aproximadamente 10-15% de eliminação espontânea destes cálculos), e mesmo que não estejam causando problemas inicialmente, devem ser tratados para que se evite complicações futuras.

O tamanho da pedra não está diretamente relacionado à intensidade da dor. O que causa dor não é a pedra em si, mas sim a dilatação que ela promove quando está obstruindo o fluxo urinário. Um cálculo de 0,3 cm pode causar tanta dor quanto um cálculo de 1,5 cm, por exemplo.

Porém, nem todo cálculo renal necessita ser operado. Quando o paciente possui cálculos muito pequenos (geralmente menores que 0,3 cm) e que não estão obstruindo o fluxo urinário adequado (isto é, sem causar hidronefrose ou dilatação dos rins), em alguns casos, podemos fazer o acompanhamento com exames de laboratório e de imagem, sem necessidade de cirurgia.

Como é feita essa cirurgia?

Cirurgia Endoscópica (Ureterorrenolitotripsia à Laser)

Por ser um procedimento endoscópico, não são necessários cortes ou punções para acessar os cálculos nesta cirurgia. Com o paciente já anestesiado, é introduzida uma câmera (que pode ser rígida ou flexível) desde a uretra até o rim, onde, ao localizar a pedra, é utilizado um laser para fragmentá-la em pedaços menores que podem ser removidos com uma pinça ou até mesmo eliminados na urina.

Geralmente, requer anestesia geral e o paciente pode precisar ficar internado por pelo menos um dia para recuperação​​.

Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO ou LEOC)

Utilizada para cálculos não muito grandes (de 0,6 a 1,5 cm) e não muito duros (densidade menor que 1.000 UH), esta técnica envolve o uso de um aparelho que gera ondas de choque focadas na pedra, fragmentando-a em pedaços pequenos que podem ser passados na urina. Também não há cortes ou punções neste procedimento.

Esta técnica é um procedimento ambulatorial, que permite que o paciente volte para casa no mesmo dia, sem necessidade de internação.

Porém, vale ressaltar que mesmo ainda tendo a sua importância,  com o avanço das tecnologias para as cirurgias endoscópicas (à laser), a LECO está caindo em desuso, sendo cada vez menos indicada atualmente.

Nefrolitotripsia Percutânea

Indicada para cálculos maiores que 2-3 cm, esta cirurgia envolve uma pequena punção na região lombar para inserir uma agulha e cânulas que vão até o rim. Um aparelho especial, chamado nefroscópio, é utilizado para fragmentar e remover o cálculo. 

Esta cirurgia exige uma recuperação um pouco maior. O paciente recebe alta hospitalar após 1 ou 2 dias de internação e deve manter repouso domiciliar por aproximadamente 2 semanas.

Vale destacar que o processo pós-operatório varia de acordo com cada cirurgia, mas de modo geral, o paciente pode esperar um período de repouso e limitação de atividades físicas intensas por alguns dias a algumas semanas. 

O acompanhamento médico é essencial para monitorar a eliminação completa dos fragmentos de cálculo e para orientar sobre cuidados específicos, como a manutenção de uma hidratação adequada e ajustes na dieta.

Portanto, se você sentir alguma anormalidade e precisar de um diagnóstico preciso e até mesmo intervenção cirúrgica para cálculo renal, eu Dr. João Victor Rossi, terei um enorme prazer em te ajudar. Entre em contato e marque uma consulta hoje mesmo!

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