De acordo com um estudo desenvolvido pelo governo federal, estima-se que o câncer renal seja responsável por 2,2% de novos casos de neoplasias malignas em adultos no mundo.
Em 2018, último ano em que o estudo traz dados, a incidência foi 10.688 novos casos, com taxa geral padronizada por idade de 4,3 casos a cada 100 mil habitantes.
Por isso, entender o que é o câncer renal, e saber quais são os principais tipos de tratamentos é fundamental para quem enfrenta essa condição. E neste artigo vou discorrer sobre esse assunto. Boa leitura!
O que é o câncer renal?
Essa é uma doença caracterizada pelo crescimento anormal e descontrolado de células nos rins, órgãos responsáveis pela filtragem do sangue e remoção de resíduos através da urina.
Existem diversos tipos de câncer renal, sendo o carcinoma de células renais (CCR) do tipo células claras o mais comum, representando a grande maioria dos casos. Este tipo de câncer geralmente se origina nas células que revestem os pequenos tubos (túbulos) dentro dos rins.
Os fatores de risco para o seu desenvolvimento incluem tabagismo, obesidade, hipertensão, exposição a substâncias tóxicas, histórico familiar da doença, e certas condições genéticas, como a esclerose tuberosa e a doença de Von Hippel-Lindau.
Esse câncer pode não apresentar sintomas nos estágios iniciais, mas à medida que avança, os sintomas mais comuns são sangue na urina (hematúria), dor no flanco ou na parte inferior das costas, perda de peso sem causa aparente, febre e fadiga.
Quais são as opções de tratamentos para o câncer renal?
Dentre as principais opções de tratamento para o câncer renal estão:
- Vigilância ativa;
- Terapias ablativas;
- Cirurgia;
- Terapia alvo;
- Imunoterapia;
- Quimioterapia.
Vigilância Ativa
A vigilância ativa é uma abordagem de tratamento que pode ser recomendada para tumores renais de crescimento lento, especialmente em pacientes idosos ou em pacientes com outras condições de saúde significativas que poderiam tornar a cirurgia ou outros tratamentos mais arriscados.
Nesta abordagem, o tumor é cuidadosamente monitorado através de exames regulares, como ultrassonografias, tomografias computadorizadas ou ressonâncias magnéticas, sem intervenção imediata.
O objetivo é evitar tratamentos desnecessários e seus possíveis efeitos colaterais, intervindo cirurgicamente ou com outras terapias apenas se o tumor mostrar sinais de crescimento ou mudanças significativas.
Terapias Ablativas
As terapias ablativas são tratamentos minimamente invasivos que destroem o tecido do câncer renal sem necessidade de cirurgia convencional.
Eles são frequentemente considerados para tumores menores (geralmente menores que 4 cm) e podem ser uma opção para pacientes que não são bons candidatos para a cirurgia.
Existem vários tipos de terapias ablativas:
Ablação por Radiofrequência (RF)
A ablação por radiofrequência utiliza energia de radiofrequência para aquecer e destruir as células cancerígenas.
Um eletrodo é inserido no tumor renal, geralmente com a ajuda de técnicas de imagem, como ultrassonografia ou CT, e a energia de RF é aplicada diretamente ao tecido do tumor, causando sua destruição por calor.
Ablação por Micro-ondas
Semelhante à ablação por radiofrequência, a ablação por micro-ondas usa energia de micro-ondas para aquecer e destruir o tecido do tumor.
A principal diferença está na forma como a energia é gerada e aplicada, o que pode permitir um aquecimento mais rápido e tratamento de uma área maior de tecido em um tempo menor.
Crioterapia (Ablação por Frio)
A crioterapia, também conhecida como ablação por crio, envolve o congelamento das células cancerígenas para matá-las.
Durante este procedimento, agulhas finas são inseridas no tumor sob orientação de imagem, e gases extremamente frios são passados através das agulhas para congelar o tecido do tumor, destruindo as células cancerígenas.
Cirurgia
A cirurgia é frequentemente a primeira linha de tratamento para o câncer renal, especialmente nos casos em que o tumor está localizado apenas no rim e não se espalhou para outras partes do corpo.
Existem diferentes tipos de procedimentos cirúrgicos que podem ser utilizados, dependendo do tamanho e da localização do tumor, bem como da saúde geral do paciente.
Os tipos mais comuns de cirurgia para câncer renal incluem a nefrectomia radical, que envolve a remoção de todo o rim, uma parte do ureter, a glândula adrenal do lado afetado e os tecidos circundantes.
E a nefrectomia parcial, que consiste na remoção apenas da parte do rim que contém o tumor, preservando o restante do órgão.
Terapia alvo
A terapia alvo é uma forma de tratamento do câncer renal que utiliza medicamentos ou outras substâncias para identificar e atacar células cancerígenas de forma específica, causando menos danos às células normais.
Esse tipo de terapia é particularmente útil em estágios avançados de câncer renal ou quando o tumor é resistente a tratamentos tradicionais.
Os agentes de terapia alvo são projetados para interromper a progressão do câncer afetando vias moleculares específicas envolvidas no crescimento e na disseminação das células tumorais.
Muitos desses medicamentos focam na inibição dos sinais que promovem a angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos), essencial para o crescimento do tumor.
Os benefícios da terapia alvo incluem a possibilidade de personalizar o tratamento para o perfil genético específico do tumor do paciente, potencialmente levando a resultados mais eficazes com menos efeitos colaterais do que a quimioterapia convencional.
Imunoterapia
A imunoterapia é uma abordagem de tratamento que utiliza o sistema imunológico do paciente para combater o câncer, incluindo o câncer renal avançado ou metastático.
Este método de tratamento se diferencia das abordagens tradicionais, como a quimioterapia e a radioterapia, ao visar especificamente o mecanismo natural de defesa do corpo, estimulando-o a reconhecer e destruir as células cancerígenas.
Os agentes de imunoterapia mais comuns para o câncer renal incluem os inibidores de checkpoint imunológico, que bloqueiam proteínas específicas produzidas por células do câncer ou células do sistema imunológico.
Essas proteínas ajudam as células cancerígenas a evitar serem detectadas pelo sistema imunológico. Ao bloquear essas proteínas, os inibidores de checkpoint permitem que o sistema imunológico reconheça e ataque o câncer mais efetivamente.
Quimioterapia
A quimioterapia, que envolve o uso de medicamentos para matar células cancerígenas, tem sido uma pedra angular no tratamento de muitos tipos de câncer.
O CCR tende a não responder tão bem à quimioterapia quanto outros tipos de câncer, o que levou os pesquisadores e médicos a buscar outras opções de tratamento mais eficazes, como a imunoterapia, na terapia alvo e as abordagens cirúrgicas.
Apesar dessa limitação, a quimioterapia pode ser usada em certos casos, especialmente para tipos raros de câncer renal que respondem melhor a este tratamento. Ou então como parte de um tratamento para controlar metástases em estágios mais avançados da doença.
Foi possível entender quais são as opções de tratamentos para câncer renal? Caso tenha ainda alguma dúvida, entre em contato comigo, Dr. João Victor Rossi, médico urologista. Terei um imenso prazer em avaliar o seu caso e propor o melhor tratamento possível.