Segundo dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados cerca de 10.640 novos casos de câncer de bexiga a cada ano no Brasil, com uma prevalência maior em homens do que em mulheres.
Este tipo de câncer ocorre predominantemente em indivíduos acima dos 55 anos e tem maior incidência em pessoas da raça branca, representando aproximadamente 3,3% de todos os casos de câncer em homens no Brasil.
Conhecer estas estatísticas é parte importante para entender a magnitude do problema e reforçar a necessidade de políticas de saúde eficazes para o diagnóstico precoce e tratamento adequado dessa doença.
Por isso, neste artigo vou explicar o que é o câncer de bexiga, quais são suas causas, os sintomas e os principais tipos de tratamentos. Boa leitura!
O que é o Câncer de Bexiga?
Esse é um tipo de tumor que se origina nas células que revestem o interior da bexiga, o órgão muscular responsável por armazenar a urina produzida pelos rins.
Existem diferentes tipos, sendo o carcinoma urotelial (também conhecido como carcinoma de células transicionais) o mais comum, representando cerca de 90% dos casos.
Este tipo específico de câncer começa nas células uroteliais que revestem o interior da bexiga e também outras partes do trato urinário, e pode desenvolver-se de forma superficial, afetando apenas o revestimento interno da bexiga.
Em alguns casos ele pode ser mais invasivo, penetrando nas camadas musculares e, em situações mais avançadas, atingindo tecidos próximos ou se espalhando para outros órgãos através do sistema linfático ou sanguíneo.
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Quais são as causas?
As causas não são completamente entendidas, mas vários fatores podem aumentar a probabilidade de desenvolver a doença. O fator mais significativo é o tabagismo, que é responsável por cerca de metade de todos os casos.
Substâncias químicas específicas, as chamadas aminas aromáticas, usadas especialmente na indústria de tintas, borracha, couro, têxteis e produtos químicos orgânicos, também estão associadas a um risco aumentado devido à exposição prolongada.
Além disso, a infecção crônica da bexiga, o uso prolongado de cateteres urinários e a exposição à radiação também são considerados fatores de risco.
Há também uma ligação genética observada em algumas famílias, sugerindo uma predisposição hereditária.
Adicionalmente, algumas pesquisas indicam que a ingestão de água com altos níveis de arsênico e o tratamento prévio com certos medicamentos quimioterápicos podem aumentar o risco de desenvolver este tipo de câncer.
Quais são os sintomas do câncer de bexiga?
O sintoma mais frequente é a presença de sangue na urina, que pode aparecer de forma visível ou apenas detectável por exames laboratoriais. Esse sintoma não é necessariamente acompanhado de dor, o que pode atrasar a busca por diagnóstico.
Outros sintomas incluem urgência urinária aumentada, necessidade de urinar mais frequentemente do que o usual, e dor ao urinar.
Em estágios mais avançados, os pacientes podem experimentar dor pélvica, dor nas costas, perda de apetite, perda de peso, fadiga, e até mesmo inchaço nas pernas.
É importante ressaltar que esses sintomas não são exclusivos do câncer de bexiga e podem ser causados por várias outras condições, o que torna essencial a consulta médica para um diagnóstico correto.
Quais são os principais tratamentos?
O tratamento varia de acordo com o estágio da doença, as características do tumor, e a saúde geral do paciente. Abaixo vou mostrar os principais deles.
Cirurgia
Para casos iniciais, a ressecção transuretral da bexiga (RTU-B) é comumente realizada para remover tumores superficiais.
Em casos mais avançados, pode-se necessitar da remoção completa da bexiga, chamada de cistectomia radical, sendo necessária a reconstrução do trato urinário.
Imunoterapia
O tratamento com Bacilo Calmette-Guérin (BCG) é um tipo de imunoterapia intravesical usada após a cirurgia para reduzir o risco de recidiva do câncer superficial de bexiga.
Esse tratamento envolve a introdução de uma bactéria atenuada diretamente na bexiga para estimular a resposta imune contra as células cancerígenas.
Quimioterapia
Pode ser usada antes da cirurgia para reduzir o tamanho dos tumores ou após a cirurgia para eliminar quaisquer células cancerígenas remanescentes. A quimioterapia também é utilizada em casos avançados e metastáticos.
Radioterapia
Pode ser empregada como tratamento adjuvante após a cirurgia para destruir células cancerosas residuais ou como tratamento paliativo para aliviar os sintomas em casos de câncer avançado.
Terapia-alvo
Alguns tipos podem ser tratados com terapias que visam especificamente as anomalias moleculares que contribuem para o crescimento e sobrevivência das células cancerígenas.
A escolha do tratamento depende de vários fatores, e frequentemente uma combinação de métodos é utilizada para alcançar os melhores resultados.
Considerações finais
Embora essa possa ser uma condição médica assustadora, é importante destacar que, quando diagnosticado precocemente, as chances de tratamento bem-sucedido são significativamente maiores.
A conscientização sobre os sintomas e os fatores de risco é fundamental para a detecção precoce e pode salvar vidas. Além disso, avanços contínuos em pesquisa e tratamento estão melhorando as perspectivas para os pacientes com essa doença.
Para indivíduos diagnosticados com câncer de bexiga, é crucial seguir as orientações médicas e considerar todas as opções de tratamento disponíveis.
O suporte de familiares, amigos e grupos de apoio também desempenha um papel importante no bem-estar emocional e físico durante o tratamento.
Manter um diálogo aberto com sua equipe médica e buscar informações em fontes confiáveis são práticas essenciais para gerenciar efetivamente a condição e melhorar a qualidade de vida.
E se você quiser saber mais sobre o que pode causar o câncer de bexiga, entre em contato comigo, Dr. João Victor Rossi. Terei um imenso prazer em avaliar o seu caso e propor o melhor tratamento possível!