Segundo dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS do Ministério da Saúde, em 2021, o Brasil registrou 40.880 casos de HIV, com uma prevalência notável entre os jovens de 15 a 29 anos, que representaram 18.013 desses casos.
Em 2022, cerca de 50 mil pessoas foram diagnosticadas com novas infecções, e estima-se que existam 990 mil indivíduos vivendo com HIV no país, sendo que destes, 723 mil realizam o tratamento antirretroviral.
Em vista disso, campanhas de conscientização surgem para ajudar a reverter esse cenário por meio da educação e informação. E neste artigo vou falar sobre o Dezembro Vermelho, uma campanha importante na luta contra as ISTs.
O que representa o Dezembro Vermelho?
Essa é uma campanha instituída oficialmente no Brasil pela Lei nº 13.504, de 2017, que tem como objetivo principal aumentar a conscientização pública sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Durante este mês, são promovidas diversas atividades educativas e de mobilização, que visam a desmistificação da doença, a promoção de direitos das pessoas vivendo com HIV/AIDS e o incentivo à realização de testes de detecção.
Além disso, ela busca combater o estigma e a discriminação contra pessoas infectadas, promovendo uma cultura de empatia e apoio. A escolha da cor vermelha para representar a campanha está associada à fita vermelha, símbolo internacional da luta contra a AIDS.
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O que são Infecções Sexualmente Transmissíveis?
As ISTs são doenças transmitidas, principalmente, através de relações sexuais sem proteção, incluindo sexo vaginal, anal e oral, podendo ser causadas por bactérias, vírus, parasitas e fungos.
Algumas das mais conhecidas são o HIV/AIDS, sífilis, gonorreia, clamídia e herpes genital, sendo que parte delas não apresentam sintomas imediatos, o que pode levar a um diagnóstico tardio e aumentar o risco de transmissão.
Quando não tratadas, podem causar complicações sérias, como infertilidade, doenças crônicas e, no caso do HIV, evoluir para a AIDS. Por isso, a prevenção é essencial para controlar a disseminação.
Principais sintomas das ISTs
Muitas ISTs podem inicialmente não apresentar sintomas ou ter sinais muito leves. Quando eles aparecem, podem incluir dor durante a relação sexual, dor ao urinar, corrimento anormal, feridas ou bolhas na região genital, e aumento dos gânglios linfáticos na virilha.
Há casos em que os sintomas são mais específicos, como por exemplo, na clamídia e na gonorreia, pode haver corrimento genital e dor ao urinar.
A sífilis, por sua vez, pode se manifestar inicialmente com uma úlcera indolor, uma ferida, no local da infecção, seguida por erupções cutâneas. Já o herpes genital geralmente causa bolhas dolorosas nos genitais.
No caso de infecções não tratadas, como a sífilis, podem ocorrer complicações mais sérias, afetando o coração, o cérebro e outros órgãos.
O HIV, se não tratado, pode levar à AIDS, com sintomas como perda de peso acentuada, febres prolongadas, suores noturnos e infecções oportunistas. Por isso, a prevenção é tão importante nesse caso.
Como prevenir?
A maneira mais eficaz é o uso consistente e correto de preservativos durante todas as formas de atividade sexual, incluindo sexo vaginal, anal e oral. Os preservativos agem como uma barreira física, impedindo a transmissão de infecções.
Em paralelo, realizar exames regulares, especialmente se você tem múltiplos parceiros sexuais ou pratica sexo sem proteção, é crucial. Afinal, o diagnóstico precoce permite um tratamento mais eficaz e reduz o risco de transmissão para outros.
Além disso, discutir abertamente sobre ISTs com parceiros sexuais e profissionais de saúde ajuda na prevenção, assim como limitar o número de parceiros e evitar comportamentos de risco, como relações sexuais desprotegidas.
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Considerações finais
Como podemos ver ao longo deste artigo, o Dezembro Vermelho enfatiza a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento de ISTs, além de combater o estigma associado a estas condições.
Afinal, as estatísticas recentes destacam os desafios contínuos na luta contra estas doenças que são preocupações de saúde pública significativas, com sintomas que podem muitas vezes passar despercebidos.
Por isso, a campanha serve como um lembrete anual da necessidade de permanente vigilância e ação coletiva contra o HIV/AIDS e outras ISTs. E eu, Dr. João Victor Rossi, como médico urologista, me vejo no dever de estar engajado nessa causa.