De acordo com pesquisas recentes divulgadas pela Universidade de São Paulo (USP), aproximadamente 10% da população brasileira sofre com pedras nos rins.
Portanto, esse é um problema que atinge grande parte da população, e que pode ser desencadeado por uma série de fatores de risco como desidratação, dieta rica em oxalato, em sódio, obesidade e até histórico familiar.
Mas será que é necessário fazer uma cirurgia para remover essa pedra? No artigo de hoje vou explicar essa questão e mostrar em quais situações pode-se remover as pedras nos rins sem a necessidade de cirurgia.
O que são pedras nos rins?
Também conhecidas como cálculos renais, elas são massas sólidas compostas de minúsculos cristais que podem se formar dentro dos rins. Estas pedras são o resultado da cristalização de substâncias dissolvidas na urina, como cálcio, oxalato e ácido úrico.
Pode ocorrer quando a urina contém uma grande quantidade dessas substâncias, capazes de se cristalizar, ou quando há uma diminuição na substância que previne a cristalização, resultando na formação de pedras de diferentes tamanhos, formas e composições.
Embora algumas pedras possam ser tão pequenas que passam pelo trato urinário, outras podem crescer a um tamanho que não apenas cause dor significativa, mas também leve a complicações como infecções e comprometimento da função renal.
Os sintomas incluem dor muito intensa no flanco ou na região lombar, que pode irradiar para a região abdominal inferior e os órgãos genitais, sangue na urina, náusea e vômito, além de febre e calafrios em casos de infecção.
O diagnóstico é realizado por meio de exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada, que permitem visualizar a sua localização e tamanho.
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Quais são os principais fatores de risco?
A desidratação é um dos principais fatores de risco, visto que uma ingestão insuficiente de líquidos pode concentrar a urina, aumentando a probabilidade de formação de cristais.
Dietas ricas em proteínas e sódio (sal), também podem elevar o risco, pois alteram o equilíbrio de minerais e a acidez da urina, facilitando a cristalização de substâncias.
Além disso, a obesidade é reconhecida como um fator de risco significativo, pois está associada a alterações no metabolismo que podem promover a formação de pedras, como o aumento da excreção de cálcio e ácido úrico na urina.
Fatores genéticos e condições de saúde
Indivíduos com histórico familiar de cálculos renais têm maior probabilidade de desenvolvê-los, sugerindo uma predisposição genética.
Condições de saúde como hiperparatireoidismo, doenças renais, infecções do trato urinário recorrentes e distúrbios metabólicos, como a gota (ácido úrico elevado), podem aumentar a concentração de substâncias propensas à cristalização na urina.
Medicamentos específicos e suplementos, como vitamina C em excesso, certos diuréticos e antiácidos contendo cálcio, também podem aumentar o risco de formação de pedras.
Portanto, a compreensão e o manejo desses fatores de risco são essenciais para prevenir a ocorrência e a recorrência de pedras nos rins.
Como eliminar pedras nos rins sem cirurgia?
Existem várias abordagens, dependendo do tamanho, localização e a presença de sintomas. A estratégia mais comum e inicial frequentemente recomendada é a gestão conservadora, que inclui medidas para facilitar a passagem natural da pedra.
Este método é geralmente apropriado para pedras menores que têm uma chance razoável de passar pelo trato urinário por conta própria. Para isso é preciso adotar algumas medidas que falarei a seguir.
Hidratação adequada
Beber de 2 a 3 litros de água por dia é fundamental, pois ajuda a diluir a urina, facilitando a passagem e prevenindo a formação de novas pedras.
A água é a melhor escolha, embora sucos cítricos, como o de limão, possam ajudar a prevenir a formação de novas pedras devido ao seu conteúdo de citrato, que impede a agregação de cristais.
Medicação para alívio da dor
A passagem de pedras nos rins pode ser extremamente dolorosa. Analgésicos e antiinflamatórios como o dipirona, paracetamol ou cetoprofeno podem ser recomendados para aliviar a dor. Em casos de dor severa, podem ser prescritos medicamentos mais fortes, derivados de opióides.
Medicamentos para facilitar a passagem da pedra
Medicamentos conhecidos como alfa-bloqueadores podem ser usados para relaxar os músculos nos ureteres, os tubos que ligam os rins à bexiga, permitindo que a pedra passe mais facilmente.
Esses medicamentos podem diminuir tanto o tempo necessário para a pedra passar quanto a necessidade de analgésicos.
Modificações dietéticas
Dependendo do tipo de pedra, mudanças na dieta podem ajudar a prevenir a formação de novas pedras e facilitar a passagem das existentes.
Por exemplo, reduzir o consumo de alimentos ricos em oxalato para pessoas com pedras de oxalato de cálcio e limitar o consumo de proteínas e sal pode ser benéfico.
Procedimentos por ondas de choque
Para pedras maiores que não são prováveis de passar por conta própria ou que causam dor significativa, infecção ou outros problemas, podem ser considerados procedimentos não cirúrgicos, como a litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO).
Este procedimento usa ondas sonoras para quebrar as pedras em pedaços menores que podem ser passados na urina.
Considerações finais
Em suma, as pedras nos rins são uma condição complexa influenciada por fatores genéticos, dietéticos e de estilo de vida, que podem causar dor significativa e outras complicações sérias.
Embora existam diversas estratégias para o tratamento e a prevenção, a chave para a gestão eficaz reside na identificação e no manejo dos fatores de risco individuais.
Dentre elas, como você pode ver, estão a manutenção de uma hidratação adequada, fazer ajustes na dieta e, quando necessário, utilizar medicamentos para facilitar a passagem das pedras.
Portanto, se você está sofrendo de pedras nos rins e quer conhecer mais a fundo os tratamentos sem intervenção cirúrgica, entre em contato comigo, Dr. João Victor Rossi. Terei um imenso prazer em avaliar o seu caso e propor o melhor tratamento.