O procedimento de ureterorrenolitotripsia tem por finalidade a retirada ou fragmentação do cálculo do ureter ou do rim, utilizando via endoscópica.
Vale dizer que sua grande vantagem em relação a outras cirurgias abertas é que ela é menos invasiva, dado que não necessita de incisões ou cortes durante o procedimento.
No entanto, não são em todos os casos que ela é indicada, e neste artigo vou explicar quando é necessário a realização desse procedimento e como ele funciona. Boa leitura!
Como funciona o procedimento de ureterorrenolitotripsia?
Esse procedimento se inicia com a introdução do ureteroscópio através da uretra até alcançar a bexiga e, posteriormente, avançar para o ureter ou até o rim se necessário, para localizar cálculos urinários.
Durante a operação, o uso de imagens radiográficas é essencial para orientar o cirurgião na inserção de cateteres, fios-guia e outros instrumentos.
Quando o cálculo é encontrado, ele é desintegrado usando uma fonte de energia, que pode ser mecânica ou a laser. Fragmentos maiores do cálculo são então removidos com o auxílio de dispositivos como pinças ou “cestas” especiais.
Após a remoção, em situações onde há uma reação inflamatória no local do cálculo, alto risco de infecção ou a tendência de formação frequente de novos cálculos, pode ser indicada a colocação de um stent ureteral, conhecido como cateter duplo J. Esse dispositivo é posicionado dentro do ureter, estendendo-se do rim até a bexiga, para garantir a drenagem adequada da urina e prevenir obstruções durante a recuperação.
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Quando esse procedimento é indicado?
O procedimento de ureterorrenolitotripsia é indicado quando os cálculos são pequenos o suficiente para passar pela uretra mas grandes demais para serem expelidos naturalmente com a urina.
Além disso, é recomendado em casos onde a composição do cálculo sugere que ele não responderá bem à litotripsia extracorpórea por ondas de choque, uma técnica não invasiva de quebrar pedras nos rins.
Outra indicação é quando ocorre a necessidade de remover obstruções nos ureteres que podem ser causadas por cálculos, coágulos de sangue, ou crescimento anormal de tecido, que afetam o fluxo normal da urina do rim para a bexiga.
Este procedimento também é utilizado para avaliar e tratar outros problemas urinários, como estenoses (estreitamentos) do ureter, e para realizar biópsias de lesões suspeitas no trato urinário superior.
Ele também pode ser indicado como uma ferramenta de diagnóstico para pacientes que apresentam sangue persistente na urina de origem desconhecida, permitindo uma inspeção direta dos ureteres e do rim para identificar a causa.
Através desta técnica, é possível realizar intervenções precisas, como a desobstrução dos ureteres ou a coleta de amostras para biópsia, fornecendo um diagnóstico mais claro e permitindo um tratamento específico para a condição subjacente.
Como é a recuperação?
A recuperação após um procedimento de ureterorrenoscopia geralmente é rápida, com muitos pacientes podendo retornar às suas atividades normais dentro de alguns dias.
Inicialmente, pode-se esperar sentir desconforto leve ao urinar, além de se observar a eliminação de mínimos fragmentos de cálculos na urina.
É comum observar uma cor rosa ou levemente avermelhada na urina nas primeiras 24 a 48 horas. O médico pode prescrever medicamentos para aliviar a dor e recomendar a ingestão de bastante líquido para ajudar a limpar o trato urinário.
Caso tenha sido colocado um cateter duplo J durante o procedimento de ureterorrenolitotripsia, o paciente pode experimentar uma sensação de desconforto ou urgência para urinar que geralmente desaparece após a remoção do cateter.
A presença desse cateter facilita a drenagem da urina do rim para a bexiga, prevenindo a obstrução causada pela inflamação ou por fragmentos de pedra.
A retirada do cateter é um procedimento simples, algumas vezes realizado no próprio consultório médico, geralmente algumas semanas após a cirurgia, dependendo da avaliação clínica.
Em alguns casos, o cateter deve permanecer por mais tempo, chegando até 4 a 6 semanas após a cirurgia.
A importância de seguir as recomendações médicas
Em vista disso, é essencial seguir as recomendações médicas no pós-operatório, incluindo repouso adequado, hidratação constante e evitar esforços físicos intensos por um período recomendado pelo profissional de saúde.
Exames de imagem e testes de urina podem ser necessários para confirmar a remoção completa dos cálculos e a ausência de complicações.
A aderência às orientações médicas e aos exames de acompanhamento é fundamental para um resultado positivo e para minimizar o risco de recorrência de cálculos.
Considerações finais
De modo geral, a ureterorrenolitotripsia é um procedimento minimamente invasivo altamente eficaz no diagnóstico e tratamento de cálculos renais e ureterais, bem como na avaliação de outras anormalidades do trato urinário superior.
A recuperação após o procedimento geralmente é rápida, permitindo que a maioria dos pacientes retome suas atividades cotidianas em pouco tempo.
A longo prazo, o procedimento oferece uma solução definitiva para a remoção de cálculos, potencialmente reduzindo o risco de recorrência com medidas preventivas e acompanhamento adequado.
Embora seja um procedimento com alto índice de sucesso e recuperação geralmente tranquila, é fundamental que os pacientes discutam todas as suas opções, expectativas e possíveis resultados com seus médicos.
Portanto, se você quiser saber mais sobre o procedimento de ureterorrenolitotripsia, entre em contato comigo, Dr. João Victor Moysés Rossi. Terei um enorme prazer em avaliar o seu caso para saber se essa cirurgia é recomendada.