Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) os melhores resultados da reversão de vasectomia são alcançados quando o intervalo entre fazer a cirurgia e a reversão são de no máximo 3 anos.
Indo ao encontro dessa informação, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido afirma que a taxa de sucesso pode variar de 40 a 90%, sendo que ela é de 75% se revertida em até 3 anos, 55% de 3 a 8 anos, e de 30 a 40% de 9 a 19 anos.
Portanto, como é possível notar, é um procedimento que não tem sucesso garantido, visto que envolve não só o tempo entre uma cirurgia e outra, como também outros fatores.
Neste artigo vou explicar como é feita essa reversão, quais são os seus principais riscos, e as chances de se obter um resultado positivo. Boa leitura!
O que é a cirurgia de reversão de vasectomia?
Esse é um procedimento que visa restaurar a fertilidade masculina após uma vasectomia, um processo no qual os canais deferentes, que transportam espermatozoides dos testículos para o sêmen, são cortados ou bloqueados.
Na reversão, estes canais são reconectados ou desobstruídos para permitir que os espermatozoides voltem a fazer parte do sêmen ejaculado, possibilitando a concepção natural.
Essa é uma cirurgia mais complexa que a vasectomia, e conforme falei no início deste artigo, a taxa de sucesso depende de vários fatores como tempo decorrido e a técnica utilizada.
No entanto, apesar de ser um procedimento tecnicamente desafiador, a reversão pode ser uma opção viável para casais que desejam ter filhos após uma vasectomia.
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Como é feita essa cirurgia?
Inicialmente, o paciente recebe anestesia geral ou regional para garantir a ausência de dor durante o procedimento. Em seguida, o cirurgião faz uma pequena incisão no escroto para acessar os canais deferentes, que foram cortados ou bloqueados durante a vasectomia.
Estes canais são cuidadosamente isolados e examinados para determinar a localização e a extensão dos bloqueios. Uma vez localizados os segmentos cortados, o cirurgião os reconecta usando suturas extremamente finas, geralmente menores que um fio de cabelo.
Este processo requer um microscópio especializado ou lupas de alta magnificação para garantir precisão. O objetivo é restabelecer o caminho para que os espermatozoides possam se mover do testículo para as vesículas seminais, para poder ejaculados junto ao sêmen.
Em alguns casos, se o canal deferente estiver muito danificado ou se houver outros problemas, pode ser necessário realizar uma técnica alternativa chamada epididimo-vasostomia, que é ainda mais complexa.
Quais são os riscos associados?
Complicações relacionadas à anestesia
Toda cirurgia que requer anestesia geral ou regional carrega riscos associados à resposta do paciente aos medicamentos anestésicos, que podem incluir reações alérgicas, problemas respiratórios ou complicações cardíacas.
Infecção e sangramento
Como em qualquer procedimento cirúrgico, há um risco de infecção no local da incisão. Além disso, pode ocorrer sangramento interno ou hematoma no escroto, que devem durar em torno de 10 a 14 dias.
Essas complicações são geralmente gerenciáveis com cuidados apropriados, mas podem prolongar o processo de recuperação.
Dor e desconforto
É comum experimentar dor e desconforto no local da cirurgia, especialmente nos primeiros dias após o procedimento. Em alguns casos, pode ocorrer dor crônica ou desconforto a longo prazo no escroto.
Falha na restauração da fertilidade
Há sempre a possibilidade de que a cirurgia não restaure a fertilidade. A taxa de sucesso diminui com o aumento do tempo decorrido desde a vasectomia. Além disso, pode ocorrer a formação de anticorpos contra os espermatozoides, afetando a fertilidade.
Obstrução recorrente e formação de granuloma de esperma
Mesmo após uma reversão bem-sucedida, os canais deferentes podem se tornar obstruídos novamente. Isso sem dizer que pode-se formar um granuloma de esperma, que é uma reação inflamatória aos espermatozoides que vazam no local da cirurgia.
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Quais cuidados são necessários para evitar complicações?
Após a cirurgia, é importante descansar e evitar esforço físico excessivo, incluindo levantar objetos pesados ou praticar atividades físicas intensas por algumas semanas. Isso ajuda a prevenir sangramentos, hematomas e danos às suturas.
Ademais, deve-se manter a área operada limpa e seca para evitar infecções. O uso de roupas íntimas de suporte, como um suspensório escrotal, pode ser recomendado para minimizar o inchaço e proporcionar suporte adicional.
Os médicos também recomendam abster-se de atividades sexuais por um período após a cirurgia, geralmente de 2 a 3 semanas, para permitir a cicatrização adequada. Após este período, e com a aprovação do médico, as atividades sexuais podem ser retomadas.
Além disso, serão necessários exames periódicos de espermograma para monitorar o retorno dos espermatozoides ao sêmen e avaliar a eficácia da cirurgia na restauração da fertilidade.
Esses exames podem continuar por vários meses até que os resultados estabilizem. Portanto, se você pensa em fazer uma cirurgia de reversão da vasectomia, entre em contato comigo, Dr. João Victor. Terei um enorme prazer em te ajudar!